segunda-feira, 26 de novembro de 2007






Entrevita por email com Rogerio Sabóia

Quem é Rogério Fabiano Sabóia Santos ?
Cônsul de carreira do Ministério das Relações Exteriores, Bacharel em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro,Professor de Direito Internacional Público e Direito Internacional Econômico, Membro da Ordem de Rio Branco.

Atualmente Cônsul do Brasil no Uruguai com jurisdição nos Departamentos de Cerro Largo e Trinta e Três.

Postos já ocupados:

Coordenador de Assuntos Internacionais do Ministério da Industria e do Comércio, atual Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior
Coordenador de Assuntos Institucionais da Presidência da República
Cônsul do Brasil em Paso de los Libres, Argentina, entre outros.

Países em que serviu:

Chile, Iraque, Suíça, Argentina, Estados Unidos e Uruguai e missões temporárias em vários outros.
Outras missões temporárias de representação do Brasil em vários foros internacionais especializados, como a Organização Mundial do Comércio, Organização Internacional do Café , Organização Internacional do Açúcar e outros
Experiência em fronteira com temas de integração regional: Paso de los Libres , Argentina, Rio Branco, no Uruguai e missões transitórias em postos da fronteira do Brasil com o Paraguai e com a Bolívia.
Preside atualmente, em conjunto com o Cônsul do Uruguai em Jaguarão, o Comitê de Fronteira Jaguarão – Rio Branco e o futuro Comitê de Fronteira Acegua´- Aceguá.
Dentre os paises visitados e vividos, qual cultura lhe saliento aspectos enquanto civilização?

Difícil qualificar um apenas. Na Europa, com que temos afinidades de origem e vivência ocidental, a França é extraordinária. Cada vez que vamos a Paris, o contato com tal civilização chega a comover pela força de sua cultura e também preocupa pela distância que nos afasta cada vez mais, social e economicamente, dos centros mais desenvolvidos .Os países árabes, por sua vez, nos oferecem um manancial de informações e cultura surpreendentes. Por mais que parte do mundo árabe viva em situação de perene conflito, a força de sua civilização se faz sentir no mais desavisado dos turistas que o visita. Sem esquecer que, por força da ocupação da península ibérica pelos árabes e a disseminação de sua cultura por Portugal e Espanha, temos aqui mesmo no Brasil ,nas letras e nas artes, exemplos muito vivos do poder cultural árabe. Um mundo extraordinário.

Como você encherga a midia internacional e nacional, como você percebeu a informação que circula nesses paises e no brasil?

A questão da mídia. Pois é. Tema complexo. Temos sabido de vários encontros e seminários internacionais para estudar a questão do dirigismo da mídia.
Tipo: Você sabe aquilo que lhe deixam saber e não teria acesso a outras fontes de informação que lhe permitisse uma avaliação mais profunda do conjunto. O que é certo e salta aos olhos é que o acesso dos paises menos desenvolvidos, entre os quais certamente o Brasil, a fontes variadas de informação é muito restrito. E isso, não só por força de um certo dirigismo da mídia, como também por problemas e diferenciais de cultura que nos impedem a efetiva busca de novas referencias de informação
A herança do período militar e o exercício da censura ainda se faz sentir em diversos segmentos da população. Por mais que a informação esteja disponível em vários meios que não aqueles que nos chegam comodamente às mãos pelos veículos instalados no país e por mais que se saiba que hoje o poder não está mais com quem tem a informação mas sim com quem a processa com maior rapidez, a nossa utilização dessa vantagem é por demais restrita.
O Brasil ainda funciona por estereótipos. Tem-se o dado superficial como fonte primeira de informação e não se tem acesso,como se deveria, a todo o elenco e acervo de estudos e informações sobre outras realidades e culturas. Exemplo muito claro disso é como o Brasil entende a Argentina e vice versa. E como se desconhece quase totalmente o que se passa nos países um pouco mais afastados do continente, como a Colombia , o Equador e o Peru, por exemplo.

Nenhum comentário: